quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Quando a luz dos olhos meus



Quando a luz dos olhos meus

E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar

Ai, que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Pela luz dos olhos teus, Tom Jobim

É exatamente assim que me sinto quando penso na primeira vez que meus olhos se encontraram com os seus… e o que ficou gravado na minha memória foi o sorriso do seu olhar. Se os olhos são o espelho da alma, vi neles a ingenuidade de um menino e a força de um leão. Aqueles olhos que sorriam refletiam toda tristeza e peso demasiados para um jovem ainda. É como se o momento tivesse parado, congelado e como num filme, uma imagem em sequência mostrou toda a vida até aquele momento. Trocamos poucas palavras, mas o tempo pareceu eterno. E assim me apaixonei.

Ainda hoje, aquele olhar é muito nítido na minha memória. Com o tempo, descobri que você tinha um humor delicioso e que sua risada era o melhor som pra minha vida. E que você não era tão triste assim… Por você, tive coragem de decidir minha vida. E com você, vivo-a até hoje com alegria. Passaram-se muitos anos e ainda hoje sinto um conforto absurdo ao relembrar a imagem do seu olhar no meu.

E se existe uma definição para o amor, é a luz e o sorriso do seu olhar.


P.S. É disto que estou falando...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Uma doce lembrança portuguesa

Languidez
“Tardes da minha terra, doce encanto,
Tardes duma pureza de açucenas,
Tardes de sonho, as tardes de novenas,
Tardes de Portugal, as tardes de Anto,

Como eu vos quero e amo! Tanto! Tanto!
Horas benditas, leves como penas,
Horas de fumo e cinza, horas serenas,
Minhas horas de dor em que eu sou santo!
Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar...

E a minha boca tem uns beijos mudos...
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar... “

Florbela Espanca, em "Livro de Mágoas"

Portugal é um capítulo à parte na minha vida. Não sei se era muito pequena quando para lá parti e tudo nessa idade é fantasia, ou se minha capacidade crítica ainda estava muito longe do esperado; o que sei é que uma nostalgia e um sentimento de paixão invadem meu coração quando ouço qualquer assunto ligado ao país. Emociono-me às lágrimas, minha garganta aperta.
Tudo o que vivi naquela terra me lembra alegria e contentamento. Uma sensação de aconchego. Os aromas invadem minhas narinas e a memória fica mais viva. Experimento um sentimento puro e doce de entorpecimento e me transporto para as doces paisagens da aldeia de Pedaçães, Mourisca do Vouga, Águeda, Aveiro, Portugal.
Não há um só dia que não me lembre de Portugal com ternura. Todas essas lembranças fazem meu peito doer, mas são uma dor de prazer. Das frutas silvestres colhidas pelo caminho sinto o gosto doce da aventura, dos pães amassados junto com minha querida avó Dulce, sinto a textura. Do meu avó, ouço a risada e o amor contido de um velho senhor português conservador. Uma parte da minha vida ficou naquele verão, passado ao lado de pessoas e lugares queridos. Os piqueniques à beira dos rios, o sabor da comida preparada com o alimento fruto da terra, plantada por eles e por eles colhida.
Nunca fui tão feliz e nunca senti tantas saudades de tão pouca vida. Ao meu Portugal, deixo minha homenagem de uma vida bem vivida. Amo esse país, assim como amo o meu próprio. Meu coração foi e será sempre dessa terra amada, apaixonante e linda.
P.S. Embarcando na aventura lusitana

sábado, 10 de setembro de 2011

Um mudcake e eu...


Maridão partiu para uma viagem de negócios e me senti só. Por conta disso, resolvi atacar de chef. Preparei algo bem light para o jantar: alcachofra e uma taça de pinot noir só para mim, assistindo A Garota da Capa Vermelha. Tanto a alcachofra como o vinho estavam bem melhores do que foi o filme, bem médio pra ruim. Vale pela fotografia muito bem cuidada e por Amanda Seyfried, belíssima! 


Claro que eu precisava meter o pé na jaca na sobremesa: mudcake divino (receita da fantástica Rita Lobo aqui), sorvete de cookies e calda quente. Inferno ! Agora preciso treinar o dobro pra queimar tudo isso.

Marido, volta logo! Mal você partiu e já morro de saudades! Te amo!
P.S. Faltam 7 dias pra você voltar

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Homem do Futuro e uma sobremesa


Este final de semana ficamos sem filhos. De vez em quando, isso é bom pra renovar o casamento. Adoro ser mãe, mas às vezes é preciso um pouco de espaço pra namorar. Decidimos que queríamos assistir Planeta dos Macacos: as sessões eram dubladas. E eu não assisto filme dublado de jeito nenhum! Bom, deixamos o Morumbi e partimos para o Cidade Jardim; adoro aquelas salas Bradesco. Vale a pena o valor do ingresso: uma poltrona reclinável, altamente confortável, com mesinha giratória. Tudo de bom! Não preciso dizer que não conseguimos ingressos: tudo esgotado para Planeta. As outras opções eram boas, mas Planeta não saiu da nossa cabeça. Difícil decidir assim. Professora sem Classe (Cameron Dias – confesso que fiquei morrendo de medo de ser mais um besteirol americano e estragar nossa noite), A Árvore da vida (Brad Pitt e Sean Penn, ai!), Um Conto Chinês (com o excelente Ricardo Darín – só percebi que tinha ingressos depois... too late), uns outros filmes bobos e O Homem do Futuro, com Wagner Moura, aiai! e Alinne Moraes. Decidimos por esse, mais pelo Wagner (eu) e Alinne (Eme) do que pelo resto. Não é uma coca-cola, mas vale pela interpretação do Capitão Nascimento dos meus sonhos – que homem lindo, perfeito! Confesso que a última fala dele foi decepcionante: não esperava ouvir que ele” trapaceou e que mereceu”. Foi meio um soco no estômago, imagino que pela imagem do policial correto que ele ainda passa. Admito que não gostei... Mas valeu pela diversão. Conseguimos dar algumas poucas risadas. Mas definitivamente, não está na minha lista de melhores filmes. Pena.
Depois do cinema, fomos ao Pobre Juan, um restaurante rústico com uma variedade de carnes importadas deliciosas. A decoração é maravilhosa, simples e muito aconchegante – tá certo que não consegui ler o cardápio, o ambiente é escuro demais, com umas velinhas fraquinhas, fraquinhas - foi um show de horror essa parte -  então deixei meu marido escolher, mais pela impossibilidade para fazê-lo do que pela cortesia. E como eu sempre quero o que ele pede :), ele acertou mais uma vez. Mas não quero falar do prato principal, não meus amigos e amigas! Quero falar da sobremesa; quase tudo tinha dulce de leche J Havanna. Optamos pelos churros. Gente, é pra comer ajoelhado e reverenciando os deuses, virando os olhinhos de prazer. Muito melhor que qualquer coisa comparável, mas muuuito melhor.
Do filme lembro pouco, tampouco da carne ou do acompanhamento. O vinho foi regular, mas a sobremesa, meus amores, foi algo inesquecível. Pena que dividimos e só deu um palitinho pequeno pra cada. Ai que pena.
Melhor que o Wagner Moura....  quero dizer, nem tanto!


P.S. Não ganhei nada pra falar do Pobre Juan, somente a memória da melhor sobremesa...

Segundas de Calvin

P.S. Verdade...