segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Confesso que vivi...esperando por isso

Há tempos queria fazer algo para meus pais, principalmente depois de me mudar para tão longe. A distância estava me deixando triste por vê-los tristes e isso não me fazia bem. Minha primeira ideia foi dar um computador, logo em janeiro passado, mas eles dois têm uma resistência danada para o novo. Esqueci. Pensei num carrochinho, mas meu pai, com sua delicadeza lusitana foi logo dizendo: nem me apareça com isso aqui! Logo, esqueci também, pensando no que o bichinho sofreria e meus pais também J Depois, pensei numa viagem, mas seria uma solução passageira e meu pai mais uma vez abortaria. Tentei levá-los a restaurantes, principalmente ao português, paixão do pai. Nada, nem aceitou meu convite. Difícil...

A máquina que daríamos pifou. Parecia mais um sinal para não me aventurar a levar mais um bronca. Meu genro que não desiste de nada, principalmente de economizar, pegou o lap pifado e levou pra casa: em uma semana eu arrumo. E arrumou. Domingo passado, levei a máquina e meu medo para a casa dos pais. Que aflição: todo mundo falando que não daria certo, que detestariam, que não usariam. Pra minha surpresa e alegria, receberam tão bem, mas tão bem, que enquanto saia com Eme para comprar o modem, Bé ensinou pra minha mãe a digitar um texto no Word! Hahaha... Mal chegamos com o modem, já entramos no Google Maps e meu pai pode ver suas terras no Marnel, Lamas do Vouga, em Portugal. Vi que ficou contente. E eu, mais feliz ainda. Deixei Isabella por lá por uns dois dias para ensiná-los, já que ela não tinha aula, mas não muito otimista.

Hoje, ligo para eles e descubro que minha mãe não estava. Novidade, a velha gosta de bater uma perninha! Depois de uma hora, ela me liga já em casa: fui na escola, filha, lá na avenida. Que escola, mãe? Fazer o quê? Na escola de computação! Eu e minha amiga Alice vamos nos matricular. Era um plano antigo, só faltava o computador! Hahahaha, alguém pode imaginar minha alegria?!

Só pra esclarecer, minha mãe não aprendeu a dirigir porque sempre disse que não tinha capacidade para tanto, nunca tocou num computador ou fez uma transação bancária na vida. Meu pai quem dirige e cuida dos pagamentos. Sempre foi dona de casa, cuidou dos filhos, netos e marido a vida toda. Embora tenha um potencial incrível, boicotou-se por décadas! Agora, numa atitude corajosa para uma mulher de quase 70 anos, resolveu ir à luta. Estou tão orgulhosa dela. E dele também, que não disse não.

Aos meus pais, meus heróis, dedido este post. Eu os amo e tenho muito orgulho de vocês. Obrigada por tudo!

P.S. Bill Gates que se cuide: aí vem Dona Dalva hahaha

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